Moda e Música com Isa Menta: caos e hit sertanejo no The Town

Moda e Música com Isa Menta: caos e hit sertanejo no The Town

Oi, gente! Isa Menta aqui, mais um Moda e Música começando, o quadro que reúne histórias, curiosidades e indicações no Esse Tal de Rock and Roll. The Town rolou em São Paulo no último fim de semana e aproveitando todo rebuliço que o festival causou nas redes sociais durante esses dias de apresentações, a coluna de hoje será destinada a comentar um pouco mais sobre os acontecimentos do novo evento.

Realizado no Autódromo de Interlagos e dividido em dois finais de semana, o festival contou com grandes nomes em sua primeira edição. Post Malone, Bruno Mars, Iggy Azalea, Demi Lovato, Foo Fighters, The Chainsmokers, Ne-Yo e Maroon 5 foram alguns dos artistas internacionais que marcaram presença nos 5 dias de The Town. Do lado brasileiro da música, Iza, Pitty, Ludmilla, Marina Sena (fazendo tributo a Gal Costa), Gloria Groove, Pabllo Vittar, Barão Vermelho, Seu Jorge e outros também agitaram o público.

Com inspiração em seu “irmão mais velho”, o Rock in Rio, a ideia do The Town surgiu em 2018 com a intenção de ser uma marca que homenageasse a cidade de São Paulo, da mesma forma que o Rock in Rio celebra o carioca. De acordo com a diretora de marketing e uma das fundadoras do projeto, Ana Deccache, os dois festivais são produtos de uma mesma família. Suas mídias são interligadas, suas estratégias se misturam, ambas possuem cidades construídas exclusivamente para que a experiência seja impulsionada, sua essência é a mesma. A semelhança é tanta em alguns aspectos, que até mesmo a clássica roda gigante presente no Rock in Rio também esteve em solo paulista. No entanto, ela menciona que, enquanto de um lado essa proximidade auxiliou no planejamento e execução do evento, um dos principais desafios para a realização do The Town era a necessidade de se comunicar um novo festival num cenário onde já existia outro, dos mesmos criadores, com toda a sua tradição e reconhecimento. Além, claro, das estratégias relacionadas ao marketing para cobrir a atenção das pessoas de todas as formas.

UOL

Cada palco construído no The Town teve o objetivo de homenagear a cidade paulista. O “skyline”, palco principal, fez referência aos grandes prédios e arranha-céus, o “the town” foi inspirado nos museus, o “factory” refletiu os galpões da parte industrial e o “São Paulo square” apresentou a região da Catedral da Sé, como aponta o G1. A ideia é que o festival aconteça a cada dois anos, intercalando com o Rock in Rio, ou seja, no ano que tem um, não tem o outro.            

Assim como todo evento que tem sua primeira edição, embora seja feito todo um mapeamento prévio de possíveis problemas e imprevistos que possam vir a acontecer, nem sempre tudo sai como planejado. E logo nos primeiros dias já surgiram alguns comentários na internet a respeito da organização do festival, já que a estimativa é de que mais de meio milhão de pessoas passaram pelo Autódromo de Interlagos durante essas duas semanas. Uma das reclamações do The Town foi a falta de capas de chuva para comprar no local que dessem conta do volume de gente presente. Enquanto no primeiro dia caiu um temporal, no segundo, o problema foi justamente o desabastecimento de água. A demanda excessiva para comprar bebidas gerou grandes filas que, por sua vez, se chocavam com a plateia por conta do posicionamento dos bares. Além disso, alguns problemas foram relatados a respeito do sistema de transporte expresso, oferecido pela organização do festival. Aproximadamente 237 mil pessoas utilizaram esse serviço para se deslocarem, de acordo com o Governo de São Paulo.

Foto de O Globo

Mas nem só de reclamações o evento foi alvo, claro. A sustentabilidade foi um ponto bastante comentado, já que o uso dos copos reutilizáveis evitou cerca de 10 toneladas de resíduos que seriam jogados ao meio ambiente depois. Além disso, um dos problemas relatados no Rock in Rio foi corrigido na versão paulista: o som dos palcos teve uma qualidade imbatível. A preocupação em garantir a melhor experiência levou a organização a instalar mais torres que ajudassem na propagação de som. Ainda nos acertos, o Governo de São Paulo montou um estande que contava com massagens gratuitas ao público, serviço de gravação de vídeos panorâmicos e estruturas que contavam com iniciativas voltadas até para retirada de segunda via de documentos, bem como testes de bafômetros do Detran para garantir um retorno seguro aos visitantes que foram dirigindo.

Dose dupla de Bruninho

O maior acerto, arrisco dizer, foi o duplo show do Bruno Mars no palco “skyline”. O jornal Estadão chegou a mencionar, inclusive, que sua performance deveria ser estudada por qualquer artista. O cantor americano, que na verdade se chama Peter, brincou com o público em português, apresentou danças muito bem executadas e chegou até a cantar Evidências, do Chitãozinho e Xororó na versão instrumental. Pontualmente, iniciou seu show cantando o hit “24k Magic” e mostrou que é realmente um artista completo, tocando percussão, piano e guitarra. Outros grandes sucessos, como “Marry You” (que inclusive foi o momento em que muitos aproveitaram para pedirem suas parceiras em casamento), “Uptown Funk”, “Finesse” e “Treasure” marcaram sua passagem pelo Brasil dessa vez. Uma curiosidade interessante é que o guitarrista de sua banda é brasileiro, natural de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.

Iggy Azalea, por sua vez, acabou sendo uma decepção. Eleito o pior show do festival por alguns, a rapper dublou mais do que cantou e segundo o público, quando cantou, mostrou uma voz completamente diferente da que os fãs estão acostumados. A cantora australiana, que estourou em meados de 2010 com hits como “Problem” (com a Ariana Grande), “Fancy” (com a Charli XCX) e “Black Widow” (com a Rita Ora), fez uma performance que para muitos não esteve à altura do festival. Após diversos altos e baixos durante a sua carreira envolvendo o Brasil, que contou inclusive com uma música gravada com a Anitta (“Switch”) que acabou em polêmica (já que a brasileira teve áudios vazados reclamando de Iggy), a rapper decidiu se dedicar a uma página no Only Fans e culpou a chuva pela decepção do show, chegando a discutir com jornalistas brasileiros no Twitter.

Logo após o último dia de The Town, já foi anunciada a data do próximo Rock in Rio: dias 13, 14, 15, 19, 20, 21 e 22 de setembro de 2024 na Cidade do Rock. O festival paulista, por sua vez, foi confirmado para 2025.

E você, o que achou das performances? Me conta lá no instagram, @isaamenta, eu sou a Isa Menta e esse foi mais um Moda e Música, reunindo histórias, indicações e curiosidades dos dois universos no Esse Tal de Rock and Roll. Obrigada e até a próxima!

Ouça novamente a coluna da Isa Menta na Rádio Inconfidência:

E você, foi ao The Town? O que achou das atrações? Diga pra nós aí nos comentários!

Isabella Menta

Isabella Menta

Isabella Menta (ou só Isa) é mineira, designer de moda e bacharel em ciências humanas, atualmente cursando ciências sociais na UFJF. Apaixonada por moda desde cedo, decidiu unir dois universos até então distintos (mas que se complementam) através do quadro Moda e Música, trazendo histórias, curiosidades e indicações.