Moda e Música com Isa Menta: Blink 182

Moda e Música com Isa Menta: Blink 182

Oi, gente! Isa Menta aqui começando mais um Moda e Música, o quadro que traz histórias, curiosidades e indicações dos dois universos no Esse Tal de Rock and Roll. Depois do hiato que quebrou as expectativas dos fãs em 2005, de caça a alienígenas nos Estados Unidos e do cancelamento inesperado do ano passado, finalmente o público brasileiro pôde ver a banda americana Blink-182 ao vivo pela primeira vez no Lollapalooza.

Mesmo gravando esse quadro dois dias antes da data do show de estreia aqui no Brasil, por todo o contexto de espera há anos pelos fãs, acredito que tenha sido emocionante para quem sempre aguardou uma vinda do grupo e nunca pôde viver esse momento de perto. A expectativa era de que fosse o maior show da carreira deles, o que me leva a crer que de fato foi isso que rolou, ao mesmo tempo que suponho que a banda continuou recebendo algumas críticas por certos grupos na internet em relação ao seu nível de performance, assim como acabou acontecendo nas apresentações de outros países.            

Em algumas redes sociais, como no falecido Twitter, alguns internautas mencionaram o fato de seus shows pela América do Sul terem lotado pela nostalgia e não pela qualidade do trio, dividindo as opiniões quanto às piadinhas de quinta série que a banda faz e sempre fez, incluindo músicas improvisadas sobre sexo oral e “Family Reunion”, que ilustra bem o que falo aqui. Desde o início, o intuito do Blink-182 foi defender o discurso de que você pode ser pra sempre jovem e para que essa narrativa se dê com excelência, os integrantes devem agir como adolescentes, o que sempre aconteceu, do primeiro ao último show visto. Levando isso em consideração, a “má performance” muito criticada por alguns, na verdade, para outros, não passa de algo “dentro do previsto”, uma vez que sempre foi o estilo deles e os próprios integrantes já deixaram claro que quando estão nos palcos é apenas sobre se divertir.

Para mim, é o tipo de banda que ou você ama ou você odeia, para quem passou a conhecer por agora. O fato é que começaram nessa pegada muito cedo e, para aquela época, ou seja, lá pelos anos 2000, muitas dessas piadinhas eram vistas de outra forma, talvez de uma maneira não tão problemática como hoje é para alguns, principalmente nessa era de militância que todos nós estamos vivendo. A questão é que isso deu tão certo lá atrás que, mesmo em meio a tudo isso e à possibilidade de os comentários não envelhecerem como vinho, o trio decidiu manter o estilo. Algo arriscado, diga-se de passagem, mas que ficou conhecido como sua marca registrada na música, e sabemos que quando algo pega, já era. Alguns pontos já não são tão bem vistos mais e em partes eu até concordo, como o fato de terem participado da trilha sonora do filme American Pie, que é considerado super machista pros dias de hoje. Por outro lado, embora façam essas piadinhas no palco, pelo que pude ouvir até conversando com fãs da banda, elas são amenizadas pelo fato de o trio ser bem posicionado na “vida real”. Pautas bem relevantes como casamento gay, aborto e política são alvos em suas redes sociais.

Vi muitos comentários na internet sobre o fato de o Blink-182 não ser uma banda que evoluiu, mas pelo que pude pesquisar e concluir, não me parece que a evolução é algo visado pelos integrantes, justamente pelo fato de ser proposital que essa imagem infantil e de “quinta série” seja espalhada. Ao meu ver, é uma linha muito tênue entre o acerto e o desastre e eles conseguem fazer tudo isso sem que vire uma grande vergonha alheia, na maioria das vezes.

É importante dizer que a banda já passou por momentos bem intensos e a maioria deles fez com que nunca pudessem se apresentar no Brasil antes. Teve acidente de avião que deixou o baterista todo queimado e sem andar, teve relacionamento com Kardashian (que foi quem tirou o medo dele de andar de avião, inclusive), teve hiato para ficar com família, cirurgia de emergência e cancelamento de agenda, quase morte por câncer e para mim, o top 1 fatos aleatórios, que foi quando o guitarrista simplesmente abandonou a banda pra provar a existência de OVNIs e – pasmem – conseguiu. Ele chegou a fundar a To The Star Academy (agora To The Stars), que se encarregou de cuidar de pesquisas espaciais e de descobrir segredos do governo norte-americano, após trabalhar no pentágono durante um tempo. Alguns vídeos foram até confirmados pelos Estados Unidos como verdade e Tom chegou a divulgar um projeto bem ambicioso envolvendo construção de nave espacial e telepatia. O rolê é tão louco que ele esteve por trás do primeiro OVNI revelado pela CIA há alguns anos. Depois de um tempo fora do Blink-182, ele voltou para a banda.

Além dos clássicos, eles vêm trazendo músicas do seu novo álbum “One More Time” e ele marca inclusive o retorno deles com a formação original, o que suponho que tenha sido outro ponto positivo nessa vinda para o público. Essa empolgação toda trouxe até alguns problemas para os integrantes, porque todo artista tem fã bom, mas os sem noção vem aos montes no combo. Quando entraram no Peru (calma, tô falando do país), chegaram ao ponto de descobrirem o andar que os artistas estavam hospedados no hotel, esperarem nos elevadores por um autógrafo a todo custo e um deles foi obrigado a ouvir xingamentos quando negou para uma pessoa esse autógrafo.

Além do Blink-182, se apresentaram no mesmo dia do festival Luísa Sonza (tá em todas), Arcade Fire, The Offspring e em outros dias SZA, Sam Smith, Thirty Seconds to Mars, Kings of Leon substituindo Paramore e outros. Se você quiser escutar outras colunas aqui do Moda e Música que falam do Lolla, é só entrar no site do Rock Cabeça.

E você, o que achou do show de estreia deles aqui no Brasil? Superou ou não alcançou as expectativas? Me conta lá no instagram, @isaamenta, eu sou a Isa Menta e esse foi mais um Moda e Música, o quadro que reúne histórias, curiosidades e indicações dos dois universos no Esse Tal de Rock and Roll. Obrigada e até a próxima!

Ouça novamente o quadro Moda e Música com Isa Menta:

E você, o que achou do show do Blink 182 no Lollapalooza 2024? Conta pra nós nos comentários!

Isabella Menta

Isabella Menta

Isabella Menta (ou só Isa) é mineira, designer de moda e bacharel em ciências humanas, atualmente cursando ciências sociais na UFJF. Apaixonada por moda desde cedo, decidiu unir dois universos até então distintos (mas que se complementam) através do quadro Moda e Música, trazendo histórias, curiosidades e indicações.