Moda e Música com Isa Menta: Hard Rock
Oi, gente! Isa Menta aqui para apresentar mais um Moda e Música, o quadro que reúne histórias, curiosidades e indicações dos dois universos aqui no Esse Tal de Rock and Roll. Sem dúvidas, o rock foi e ainda é o estilo musical mais longevo dos últimos tempos. Além de ter acumulado uma legião de fãs, passou por diversas mudanças que foram acompanhando cada período histórico, social e político que a sociedade vivenciou, perdurando até os dias de hoje. Pode-se dizer que as décadas de 60 e 70 foram os períodos em que o rock recebeu diversas facetas, nas quais o gênero pôde ser subdividido para dar origem a novas formas de conhecer propriamente o estilo. Dentre essas vertentes, uma que ganhou os corações dos ouvintes e trouxe uma das “novidades” mais significativas para o cenário foi o hard rock.
E é exatamente dele que eu decidi falar hoje e trazer algumas curiosidades e sua história, já que na última coluna comentei também sobre a banda italiana Maneskin, que possui influências desse estilo musical. O termo “hard rock” foi criado para caracterizar bandas do final da década de 60 que apresentavam estilo mais agressivo e diferenciado do que até então era conhecido como “soft rock”. Bandas como os Rolling Stones e os Yardbirds traziam músicas influenciadas pelo blues americano (que era apreciado pelos primeiros roqueiros britânicos), porém com um toque a mais de energia, às vezes acelerando o ritmo ou substituindo trechos que eram acompanhados de guitarras acústicas por guitarras elétricas. Outras bandas como The Who, The Kinks e Jeff Beck também marcaram essa fase embrionária, que comumente é chamada de metal, embora se classifique como outra vertente do rock (mod-rock, no caso do The Who).
Ao perceber o impacto que a guitarra elétrica amplificada gerava, os músicos começaram a explorar fortemente esse “blues energizado”, no qual o som alto e dissonante acompanhava as mudanças de técnica dos vocalistas, bateristas e guitarristas. Enquanto a tecnologia avançava, cada vez mais se tornava possível captar com sucesso e fidelidade essa vertente mais dramática e estilizada. Ao final da década de 60, enquanto Jimi Hendrix revolucionava o rock nos Estados Unidos com muita psicodelia e distorções, um dos principais ícones do chamado hard rock surgiu: o Led Zeppelin (que trazia elementos do jazz, blues americano e do psicodélico). Uma curiosidade interessante sobre o Led Zeppelin é que recentemente, ou seja, 52 anos depois, o vídeo do show que eles fizeram em setembro de 1970 no LA Forum, em Los Angeles, que antes estava presente em um dos maiores bootlegs (ou seja, gravações não oficiais) de rock da história, o “Live on Blueberry Hill LP”, foi disponibilizado.
Na época, a gravação, que foi feita através da câmera dos pais de Eddie Vincent, grande fã da banda, acabou ficando “esquecida”, segundo a revista norte-americana de música BrooklynVegan. O arquivo só foi lembrado anos depois quando Eddie descobriu na internet gravações de uma apresentação do The Who (também em 1970) que se assemelhavam com algumas que haviam sido produzidas por ele mesmo. Ao procurar um especialista para que pudesse passar seus arquivos para o formato digital, a qualidade do material de Vincent foi bastante comentada, até que ao questioná-lo se haveria mais, Eddie revelou que possuía a de Led Zeppelin. A má notícia é que toda a filmagem estava disponível no site “Tenho Mais Discos que Amigos”, mas infelizmente foi retirada do ar por uma reivindicação de direitos autorais por parte da Warner.
Outra banda que fez história foi o Deep Purple, que além de até hoje ser venerada pelos fãs do hard rock, trouxe inovações significativas em seus álbuns, principalmente no “Machine Head”, que contou com músicas que entraram para o ranking das mais conhecidas do gênero, como “Highway Star” e “Smoke on the Water”. Seu som era tão diferenciado que o álbum ficou nas paradas da Billboard por 2 anos ininterruptos. Além disso, em 1975, o grupo foi incluído no Guiness Book como a banda que foi considerada a mais barulhenta do rock, principalmente quando havia duetos entre o guitarrista e o tecladista.
Igualmente relevante, veio o Black Sabbath, que apesar de ter fundado o metal e ser mais conhecido como pertencente do heavy metal, também apresentou músicas com elementos de seu estilo precursor, o hard rock. A temática sombria de seus álbuns, assim como as letras pesadas e a estética macabra conferiu aos seus discos o sucesso garantido entre o público. Contando com grandes nomes em sua composição inicial, como Ozzy Osbourne, Tony Iommi, Ronnie James Dio e outros, colecionou clássicos do metal como “Paranoid”, “Iron Man”, “Children of the Grave” e “Black Sabbath”, que inclusive foi o título de seu primeiro álbum. Álbum este que, segundo algumas pessoas, levou apenas 12 horas para ser gravado, já que só era possível conseguir 2 dias disponíveis com a produtora e em um deles nem os integrantes da banda estariam presentes.
Muitos outros artistas e bandas surgiram durante a consolidação e sucesso do hard rock, cada um com suas particularidades e efeitos, trazendo diversas ramificações para o estilo e para a moda, já que os trajes eram sempre muito chamativos e bem elaborados. Ainda na década de 70, grupos como AC/DC, Rush, Queen, Kiss e Aerosmith surgiram nos Estados Unidos, Reino Unido, Austrália e Canadá, sendo a última banda também conhecida como “os bad boys de Boston” e estando em atividade até os dias de hoje. É interessante lembrar como o Kiss é conhecido mundialmente não só pelo seu som, mas também pelas suas maquiagens e cabelos, que estão diretamente ligados com a moda.
Embora na década de 80 o hard rock tenha passado pelo que se chama de “segunda era”, onde bandas como Whitesnake e Van Halen entraram em cena, o gênero passou por novas leituras e alcançou uma estética mais comercial, que acabou não caindo no gosto do público como antes por acharem que o estilo havia se “perdido”. Nessa sensação de que os artistas estavam mais preocupados com a maquiagem do que com a música em si, o hard rock foi entrando em declínio e assim o Nirvana, Alice in Chains e Pearl Jam acabaram por decretar o fim do hard rock e o início do grunge, atendendo aos novos desejos do público. (E tem coluna sobre o grunge já no site do Rock Cabeça) No entanto, em algumas entrevistas, Alice Cooper disse que as bandas de hard rock são eternas e ainda profetiza um total ressurgimento do estilo. E você, o que acha? Me conta lá no instagram @isaamenta. Eu sou a Isa Menta e esse foi mais um Moda e Música, reunindo histórias e curiosidades dos dois universos. Obrigada e até a próxima!
Ouça novamente a coluna Moda e Música da Isa Menta:
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