Sunset Station: Americana com sotaque brasileiro
Vindos de Salt Lake City, a Sunset Station tem dominado um território musical ainda pouco explorado (talvez por razões geográficas) chamado de “Desert indie”, uma mistura de emo com dream pop com toques sutis de Americana e alt.country. A banda acabou de lançar a belíssima e melancólica “City Lights”, que abrange temas que envolvem a saúde mental, como ansiedade, o mal do nosso século.
O mais curioso em relação à banda de 5 integrantes, 2 homens e 3 mulheres, é que o frontman tem raízes brasileiras. Sim, estou me referindo a Jean Castro, um cara cada vez mais cultuado na cena indie gringa. Os pais de Jean são de São Paulo, porém, ele me conta que adora Belo Horizonte (para quem não sabe, minha cidade natal): “fui para BH muitas vezes e adoro Belo Horizonte, cidade linda!“.
Esperamos que, no futuro, tenhamos a oportunidade de levar nossa música aos fãs brasileiros e compartilhar essa jornada musical com vocês.
Jean Castro
2 5 toques sobre a Sunset Station por Jean Castro
RC- Acredito que muitos de seus amigos brasileiros devem ficar encantados com o fato de você ter uma banda, digamos, gringa e ao mesmo tempo de qualidade. Montar o Sunset Station sempre esteve em seus planos? Como você chegou até esta estação?
JC – Para ser honesto, o Sunset Station nunca foi planejado. Surgiu após o término de um relacionamento, quando tive dúvidas sobre minha vida e comecei a escrever músicas. A primeira, “Windows”, foi bem diferente do que fazia com minha outra banda, “The Polaroid Notebook”, na Flórida. Passei noites escrevendo e gravando, e me sentia mais realizado a cada música concluída. Quando finalizei “West of Las Vegas”, soube que tinha que lançar esse projeto novo para o mundo.
RC – O estilo de música que você faz pode ser enquadrado em um gênero como Americana. Qual a sua contribuição como estrangeiro, entretanto, para moldar este som que está na raíz da cultura norte-americana? E como é a recepção não só do público, como de seus colegas integrantes da banda?
JC – Apesar de ser americano, minha origem brasileira sempre esteve presente em minha vida. Cresci ouvindo músicos como Flávio Venturini, Lô Borges, Beto Guedes, Capital Inicial e Legião Urbana, entre outros. Essas influências da música brasileira se misturaram com meu amor pelo deserto e pela cultura dos cowboys nos Estados Unidos. Quando escrevi “West of Las Vegas”, senti as montanhas e a areia ao meu redor, e comecei a incorporar esses sentimentos em minha música. Por isso, descrevemos nossa banda como “Desert Indie”. A recepção do público em Salt Lake City tem sido excelente, especialmente entre os mais jovens. Acreditamos que a inspiração para a música não precisa vir apenas do sofrimento; é possível produzir música alegre e significativa.
RC – Quais os próximos passos/planos do Sunset Station por aí, e quem sabe, por aqui?
JC – Estamos muito empolgados com nossos planos futuros! Recentemente, lançamos nossa nova música, “City Lights”, no dia 27 de outubro. Essa canção é uma jornada emocional que aborda temas de ansiedade e crescimento pessoal. Foi inspirado por minha visita à pequena cidade de Sylva, na Carolina do Norte, e a música leva o nome de uma livraria em Sylva. Ela reflete sobre o profundo impacto de lugares e memórias. Há alguns anos, visitei Sylva e considerei mudar para lá. No entanto, quando retornei, descobrí uma verdade impactante: enquanto os lugares podem permanecer inalterados, as pessoas evoluem. “City Lights” é uma jornada reflexiva, um lembrete de que nossa conexão com os lugares pode mudar, e muitas vezes é o nosso crescimento pessoal que define nossa relação com eles.
RC – Tem saudade e pensa em tocar no seu país de origem?
JC – Quanto a tocar no Brasil, adoraríamos! Sempre que visito o Brasil, a família arranja um microfone e uma guitarra, e a música flui naturalmente. Esperamos que, no futuro, tenhamos a oportunidade de levar nossa música aos fãs brasileiros e compartilhar essa jornada musical com vocês.
RC – Acredito que você em especial tenha uma rede de fãs aqui no Brasil, começando pela sua mãe! Deixe um recado pra galera.
JC – Meus pais vieram para os Estados Unidos há 30 anos, mas desde pequeno, eles perceberam meu amor pela música e meu desejo de tocar um instrumento, que no meu caso foi a guitarra. Sempre busquei ser verdadeiro nas letras que escrevo e compartilhar minhas emoções com quem ouve minha música. Sinto-me realizado por conseguir transmitir o que sinto através das canções. Agradeço a todos que têm apoiado meu projeto e minha banda, o SUNSET STATION BAND. Nossas músicas estão disponíveis em todas as plataformas digitais, e esperamos que continuem curtindo nossa jornada musical.
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