
A recente consagração do álbum "
Whatever My Love" da
Juliana Hatfield Three com elevada pontuação pela revista americana
Billboard é o início de uma nova etapa na vida da cantora de Boston. Isso porque Juliana sempre teve a tendência de fugir ao mainstream, ao longo de uma respeitável carreira-solo no indie rock, contabilizando participações de relevo em diversas bandas como
Blake Babies,
Lemonheads,
Some Girls,
Minor Alps e, claro, o
Juliana Hatfield Three, além de uma extensa
discografia que começou em 1992 com "
Hey Babe" e já conta com 15 álbuns - incluindo um"ao vivo" e uma coletânea.

O guitarrista parceiro
John P. Sthrom (hoje um advogado) da sua primeira banda,
Blake Babies - um projeto de rock alternativo proposto por 3 colegas de música da faculdade de Berkeley (John, Freda e Juliana) e que gerou alguns ótimos álbuns - afirma que um dia gostaria de ver
Juliana Hatfield realmente "saindo do armário" e assumindo o estrelato que ela tanto fez por merecer. Mas a coisa não é por aí. Embora Juliana sempre esteja comendo pelas beiradas no quesito "cantora pop" (sua maior aproximação foi com o álbum "Only Everything"), ela mesma já assumiu, em sua autobiografia, que não leva muito jeito pra coisa. É que ela tem o underground em seu dna.

Por falar em autobiografia, a dela é simplesmente a melhor que já li, graças à sua habilidade literária, franqueza e autenticidade ao discutir assuntos delicados como sua baixa autoestima e desordem alimentar. No livro, ela também relata causos curiosos, como o dia em que roubou o papel com a letra original de "
Freak Scene" do ídolo
J. Mascis (Dinosaur Jr.), bem como o seu rápido, mas significativo, encontro com o enigmático
Jeff Buckley. Ah, ela aproveita as páginas para desmentir o boato do eterno affair com o partner de Lemonheads, Evan Dando. Segundo Juliana, apesar de ter havido, sim, um rala e rola com Evan, nada de mais concreto aconteceu - só que isso não rendia manchetes, alega ela.

Nos últimos anos, Juliana tem aprendido a relaxar. Lança um álbum atrás do outro, inclusive de covers, já saiu em turnê com o Minor Alps dando shows em lugares inusitados, fez pocket shows acústicos ao lado de
Evan Dando - com quem recentemente retomou a amizade depois de homenageá-lo com a faixa "Evan" - e agora lança este "Whatever My Love", que, sem dúvidas, é um dos melhores de sua prolífica carreira. Os próximos passos da introspectiva Juliana, ninguém sabe. Ela faz o que quer. O que importa é que a princesa do indie rock continue nos presenteando com seu talento inesgotável para os bons sons - e insights literários.
Qual seu disco preferido da Juliana? Conta pra nós!
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