Resumão Grammy 2024: swifties infartando, SZA cortando um dobrado e Jay-Z metendo o Kanye
O Grammy 2024, quem diria, lavou a nossa alma e mostrou que nós, mulheres, chegamos e não vamos descer de onde estamos. Na noite desse domingo, em Los Angeles, tivemos desde quebra de recorde pela Taylor Swift, performance história de “Kill Bill” pela SZA, até emocionante performance de “Fast Car” pela legendária Tracy Chapman, claro, passando pelo retorno aos palcos de Joni Mitchell no auge dos seus 80 anos. A noite da 66ª edição da premiação emocionou swifties e eu vou explicar o porquê.
O departamento dos poetas torturados
Certamente, o ponto alto da premiação foi, é óbvio, Taylor Swift: a cantora recebeu o mais almejado prêmio da Academia, o Álbum do Ano, por “Midnights”, tornando-se a primeira artista na história a receber o prêmio quatro vezes (e seguidos!).
Além disso, ela surpreendeu a todos anunciando um álbum novo, sugestivamente intitulado The Tortured Poets Department, improvisado em seu discurso de recebimento do gramofone na categoria de Melhor Álbum Pop por Midnights. O próximo álbum tem lançamento previsto para 19 de abril. Agora é segurar fôlego até lá.
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Performances históricas
Que o Grammy é conhecido por abraçar diversos gêneros musicais não é novidade… Só que, neste ano, as performances entre premiações foram um escândalo! Assim, o evento já começou com a novíssima “Training Season” de Dua Lipa – oficialmente lançada há dois dias. A cantora, em trajes pretos e transparentes, debutou a canção juntamente com Houdini, sucesso de 2023.
Além dela, SZA também deu seu nome. A cantora, que durante a noite recebeu os prêmios de Melhor Canção de R&B com Snooze e Melhor Performance Pop em Dupla/Grupo com Phoebe Bridgers com Ghost in the Machine, foi a mais nomeada da noite – com nove indicações. E ainda surpreendeu. Em sua performance, que incluiu Snooze e Kill Bill, a cantora ligou o modo-Tarantino, cheia de katanas, movimentos de luta e luzes vermelhas. Confira:
Tracy Chapman também foi outra artista que emocionou a todos. Cantora e compositora de folk, blues, soul e pop rock, ela se tornou, em 2023, a primeira mulher negra a ter uma música de composição solo em posição número 1 no ranking de música country da Billboard, com o sucesso “Fast Car“. Assim, durante a noite, a artista, reconhecida pelo seu low-profile, fez uma performance emocionante da canção ao lado de Luke Combs – que conquistou o público com a cover da canção. Confira:
Além dessas, a premiação recebeu muitos shows que vão bombar o Youtube por muito tempo: desde Olivia Rodrigo lambuzada de sangue em “Vampire”, Joni Mitchell performando pela primeira vez no Grammy com a maravilhosa “Both Sides”, Travis Scott arrebentando o palco com seu hip-hop pirotécnico e influências do rock. Por fim, a linda e surpreendente What Was I Made For de Billie Eilish com Finneas O’Connell no piano. A faixa surpresa da trilha sonora de Barbie ainda rendeu a Eilish seus oitavo e nono Grammy por Música do Ano e Melhor Canção para Mídia Visual, batendo em gente graúda como Taylor Swift.
In Memorian mais longo do que gostaríamos
Claro, o Grammy 2024 teve o tradicional In Memoriam, considerado o auge da emoção. Isso porque foi performada uma sequência de Stevie Wonder, Jon Baptiste, Fantasia Barrino e Annie Lennox em memória dos artistas que faleceram durante o ano de 2023, especialmente Sinnèad O’Connor. Também foram homenageados grandes nomes como a suíça Tina Turner e as brasileiras Rita Lee e Astrud Gilberto.
Elemento surpresa: Miley Cyrus
Na 66ª edição, a cantora Miley Cyrus recebeu o primeiro Grammy de sua carreira. E não apenas um, dois: Melhor Performance Pop Solo e Gravação do Ano pelo sucesso “Flowers”, do álbum “Endless Summer Vacation”. A canção, que fala sobre amor próprio e não aceitar migalhas em um relacionamento, conquistou o público e já soma quase 2 milhões de reproduções no Spotify.
Além disso, como estamos num site de rock, não poderíamos deixar de destacar a goleada da boygenius! O trio, formado por Phoebe Bridgers, Julien Baker e Lucy Dacus conquistou três prêmios: Melhor Canção e Melhor Performance de Rock, com “Not Strong Enough“, Melhor Álbum de Música Alternativa, com “The Record“. O supergrupo de indie-folk rock que, recentemente, havia anunciado hiato, afirmou em entrevista pós-Grammy que a decisão será mantida.
De acordo com entrevista de Julien Baker ao Entertainment Tonight: “As pessoas precisam entender que o que fizemos já é o bastante. O álbum [The Record] é o bastante, sem se preocuparem com o que vem depois“. “Nós só vamos viver o momento, sem querer mais, mais e mais“, completou a parceira Lucy Dacus.
Academia do Grammy racista?
Como nem tudo são flores, ou melhor, Flowers, a noite do Grammy 2024 também teve uma polêmica. Isso porque o rapper norte-americano Jay-Z recebeu o gramofone de Impacto Global, destinado a artistas com um histórico comprovado de edificar a música negra.
No entanto, seu discurso nem de longe foi só agradecimento. Isso porque, com a filha Blue Ivy no palco, ele incorporou Kanye West e criticou a Academia por nunca ter premiado Beyoncé com Álbum do Ano, mesmo ela tendo competido várias vezes e sendo a maior vencedoras de categorias avulsas da história da premiação. Da plateia, ela olhava constrangida, com um sorrisinho de canto da boca…
Como a internet ama uma treta, o discurso do cantor levantou discussões dos internautas em relação a um possível racismo dos membros da Academia e sobre a inclusão e valorização de gêneros afro-americanos na premiação.
Destaques do pré-Grammy
As premiações do Grammy não aconteceram apenas na cerimônia principal! Como são 94 categorias, a Academia opta por reconhecer alguns artistas no pré-Grammy. Aqui, vale o destaque dos prêmios de Melhor Álbum de Rock e Melhor Performance de Rock de Música Alternativa para This Is Why, do Paramore, Melhor Álbum de Música Alternativa para The Record, do trio Boygenius, e Melhor Álbum de R&B para JAGUAR II, da Artista Revelação Victoria Monét (que deixou a preferida da noite, Gracie Abrams, a ver navios).
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