Evan Dando: vida loka
Americano de Boston, filho de um advogado (Jeff, morto recentemente) e da ex-modelo Susan Dando, Evan Dando sempre esteve envolvido em boas doses de polêmica. Considerado pela imprensa um dos rostos mais belos dos anos noventa, Evan teve o auge da sua carreira justamente na época em que Kurt Cobain acabava de lançar “Nevermind”. Estou falando do álbum “It’s a Shame About Ray” de 92, que, por sorte – ou azar – do vocalista líder dos Lemonheads, teve como carro-chefe justamente uma cover de “Mrs. Robinson”. Quem não se lembra?
Mrs. Robinson, que foi incluída em novas versões do It’s a Shame about Ray era de fato uma boa faixa, mas em se tratando de um disco que trouxe tantos clássicos como “Confetti” e “My Drug Buddy” chega até a ser justificável a antipatia que Evan tomou pela música depois de tanto alarde. O engraçado é que os Lemonheads, mesmo antes da versão para a música de Simon e Garfunkel, já tinham fama de dar vida nova a canções emblemáticas. Nos anos 80, quando eram punks, os Lemonheads gravaram músicas de Gram Parsons, Suzanne Vegga e até Charles Manson.
Vale destacar que o penúltimo álbum lançado pelos Lemonheads se chama, numa tradução livre “Versões” e traz covers de Leonard Cohen e , pasmem, Cristina Aguilera.
Evan Dando e as Drogas
As drogas sempre foram uma constante na vida de Evan Dando. Depois de uma sequência de 3 bons álbuns – Lovey, It’s a Shame e Come on Feel the Lemonheads – e abusos sem fim de heroína e cocaína, Evan surtou e teve que entrar para uma rehab. O resultado desse período, em que foi flagrado aos amassos com Courtney Love e até penetra de apresentações do Oasis ele se tornou, veio em forma do disco mais fraco da banda, “Car Button Cloth”, que trazia apenas 2 destaques: a divertida “If I could talk I’d tell you” e – mais uma cover- “Outdoor Type”. Processado por Noel Gallagher, Evan sequer pode incluir uma suposta canção escrita em parceria com Noel no disco. “Purple Paralelogram” segue até hoje uma raridade no repertório lemonheadiano.
Em 98, Dando se casou e teve início uma fase, digamos, mais adulta e introspectiva de sua carreira. Gravou um disco solo tão belo quanto bucólico – Baby I’m Bored, além de um disco duplo – Live at Brattle Teathre – com um lado de canções acústicas ao vivo e outro de covers de músicas country.
Foi só em 2007 que Evan Dando decidiu remontar seus Lemonheads para o disco homônimo, repleto de boas participações como a de J. Mascis, líder do Dinosaur Jr e um provável convidado do Rock Cabeça no futuro. Hoje em dia, Evan Dando resolveu reatar a amizade colorida com a cantora indie Juliana Hatfield numa turnê em que os 2 improvisam seus clássicos. Depois de “Varshons”, a banda gravou recentemente “Varshons 2“, dessa vez com novas covers de Gram Parsons e até Nick Cave.
Evan Dando e o Brasil
Muita gente não deve saber, mas Evan Dando tem uma relação especial com o Brasil. Isso porque adora uma praia. Já esteve aqui 4 vezes. A primeira num festival em Santos, a segunda em 97 com a turnê de Car Button Cloth e a última pelo Coca-Cola Festival em que cantou ao lado de mendigos na praça, passou mal, ficou rouco e apareceu como convidado no programa de entrevistas do João Gordo, na MTV. Sempre o bom e sem limites Evan Dando.
Quer saber mais sobre a fase mais punk dos Lemonheads? Veja este artigo sobre o álbum seminal “Hate your Friends”.
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