Moda e Música com Isa Menta: Elvis + Daisy Jones and The Six
Oi, gente! Isa Menta aqui para começar o primeiro Moda e Música de 2023 no Esse Tal de Rock and Roll e aproveitando o tema do programa e as notícias que saíram na mídia nos últimos dias, não daria para falar de rock and roll sem mencionar o rei dele, Elvis Presley e é por isso que o quadro de hoje é destinado a ele.
Nascido em 8 de janeiro de 1935 na cidade de Tupelo, no Mississippi, Elvis começou a tocar violão e cantar por volta dos 10 anos de idade. Marcado por uma infância desafiadora e encorajado a entrar em um concurso de canto após impressionar seu professor com uma versão country de “Old Sheep” na escola em que seus professores o consideravam “médio”, o artista se apresentou pela primeira vez, ficando em quinto lugar. Algum tempo depois, ganhou seu primeiro violão, que segundo relatos de pessoas próximas, não havia sido o presente esperado por ele (já que desejava uma bicicleta ou uma espingarda) e então, começou aulas básicas do instrumento por parte de seus tios. Assim como Presley comenta, mesmo aprendendo como se fazia, era muito tímido para isso e jamais tocaria ou cantaria em público.
Em 1946, se mudou para outra escola e começou a levar seu violão diariamente para tocar na hora do almoço. Dois anos depois, se mudou com sua família para o Tennessee, onde recebeu um C em música na L. C. Humes High School, após sua professora afirmar que ele não seria capaz de cantar. No dia seguinte, levou seu violão e cantou “Keep Them Cold Icy Fingers Off Me” para que pudesse provar o contrário e um colega disse que, na verdade, ela não sabia apreciar seu tipo de canto. Durante esses anos, Elvis continuou aperfeiçoando sua prática no violão e foi se destacando dos demais colegas, principalmente por sua aparência chamativa, com as costeletas grandes e o cabelo penteado da forma que virou sua marca no futuro. Quando se formou, já havia decidido que a música seria seu futuro, embora nunca tivesse tido treinamento profissional em relação a isso, sempre tocou e estudou por ouvido.
Em 1953, o artista entrou na Sun Records com o intuito de gravar duas músicas para presentear sua mãe e após alguns meses sem nenhum tipo de retorno relacionado a uma possível descoberta, Sam Phillips, dono da gravadora, adquiriu o demo de “Without You” para que o jovem cantasse, porém o resultado não foi como esperado. Um dos desejos da Sun Records era achar um cantor branco que cantasse como um negro e em um dos intervalos de gravações, Elvis provou que poderia fazer isso cantando o blues “That’s All Right”. É importante dizer que na década de 50, os Estados Unidos era um país bastante segregado racialmente, especialmente na região em que o cantor nasceu, ao sul. Era costume que os brancos ouvissem música country e os negros blues e gospel. No entanto, Presley foi quem teve contato com os três estilos de música por morar em um bairro habitado majoritariamente por negros e propôs a junção disso, se tornando um pioneiro do rockabilly e um dos maiores ícones culturais do século XX. O sucesso foi tanto, que pouco tempo depois, seu nome havia se tornado muito grande para o selo pequeno da Sun Records e Sam Phillips acabou vendendo seu contrato para a RCA Records, quando em 1956 lançou seu primeiro single com a gravadora, “Heartbreak Hotel”.
Elvis se tornou uma figura muito importante para todo o cenário da época, porque foi justamente nesse período que fazia pouco mais de 10 anos que a Segunda Guerra Mundial havia acabado e enquanto a Europa se reconstruía, os Estados Unidos propunha o “american way of life”, uma forma de esquecer os horrores vivenciados na guerra. Seu estilo de música diferenciado e totalmente inovador, acompanhado de suas roupas e comportamentos que divergiam do que era visto desde sempre, fez com que a juventude da época pudesse crer em sua própria voz e jeito de ser, se distanciando daquele mar de valores impostos pelo sonho norte-americano. Além disso, é válido comentar que Elvis abriu o caminho para que os jovens brancos pudessem consumir as músicas de artistas negros, que até então estes não tinham acesso.
Algum tempo depois, foi para o cinema e suas músicas passaram a ser voltadas para as trilhas sonoras de seus filmes, mesma época em que sua única filha, Lisa Marie, nasceu. Este foi um período em que Elvis sentia muita infelicidade em sua carreira, já que seus singles não estavam alcançando o mesmo sucesso de antes, até que decidiu sair do meio cinematográfico e retornar a música propriamente dita, achando seu caminho de volta para o meio. De 1969 a 77, fez aproximadamente 1100 apresentações em shows e justamente em 1977 foi encontrado morto em um dos banheiros de sua mansão Graceland, em Memphis, no Tennessee em decorrência de uma parada cardíaca por uso de remédios. A partir de 2006, a casa se tornou um marco histórico nacional e recebe certa de 500 mil visitas todos os anos.
Sua única filha e então, herdeira de toda sua fortuna, também passou por uma infância complicada após perder o pai com 9 anos de idade e ser agredida sexualmente pelo namorado de sua mãe dos 12 anos 15 anos, passando a ter uma vida privada marcada por inúmeros problemas relacionados ao uso de drogas e às brigas constantes envolvendo a família. Lisa passou a cuidar do espólio de Elvis aos 14 anos e embora tenha tentado seguir os passos do pai, não atingiu o mesmo sucesso que ele após seu primeiro disco. Nessa última semana, infelizmente, saiu a notícia de sua morte (também por parada cardíaca), no dia 12 de janeiro de 2023, aos 54 anos. Deixou 4 filhos, dentre eles a modelo e atriz Riley Keough, que estrelará a série ainda sem data de lançamento na Amazon Prime, da autora Taylor Jenkins Reid. A produção, intitulada “Daisy Jones and The Six”, conta a história de ascensão e queda de uma banda de mesmo nome em meio aos anos 70, dando mais destaque à trajetória de sua líder e futura estrela do rock, Daisy Jones, interpretada pela neta de Elvis, Riley.
Uma coisa é certa: mesmo após tantos anos da morte de Elvis Presley, seu legado jamais será esquecido. O Rei do Rock and Roll revolucionou não só a moda, com seu estilo único e extravagante de ser, como também a música, ressaltando suas origens racialmente misturadas e as difundindo por todo o mundo. E vocês, pretendem assistir a série? Me contem lá no instagram @isaamenta, eu sou a Isa Menta e esse foi o primeiro Moda e Música de 2023, reunindo curiosidades, histórias e indicações dos dois universos aqui no Esse Tal de Rock and Roll. Obrigada e até a próxima!