Rock Cabeça Sessions Natalino 5: Roboto

Falar sobre a Roboto é tipo elogiar esposa, pai ou mãe. Beira o óbvio, mas a gente inevitavelmente acaba se emocionando. Afinal, se o que vale mesmo é e sempre foi a música, esses três mandam muito bem – e agora, independentemente do formato. Roboto se adequa a uma saleta, a um bar, a um estádio. A potência está intrínseca em cada acorde.

E o que dizer da Roboto, módulo acústico inovador?

Algo que já conhecemos de J.Mascis – virtuose do Dinosaur Jr. que eventualmente se lança em sons unplugged: as músicas são muito boas, e não importa mais o resto. Breno Osnato incorpora os vocais do próprio Jay ao percorrer a melodia compacta de “O diabo que é pensar” – rock louco presente primeiro EP – enquanto “Se ao menos” ganha aura de Temple of The Dog.

Acima de tudo, Roboto sabe exprimir, seja na guitarra distorcida ou no duelo de violões, o que de melhor já foi feito em termos de hardcore e alternativo, jogando uma luz para quem vem atrás. Afinal, se apenas 3 fazem um som que leva qualquer lugar abaixo, o que dizer de bandas mais numerosas, como é o caso da Evil Matchers, um quarteto que, pareado à Roboto, faz com que o underground resplandeça em nosso turvo Horizonte?