Imagine Dragons no Brasil: pop messiânico
Quando o @imaginedragons lançou “Radioactive” era visto como uma promessa do novo rock alternativo. Porém, conforme a banda foi angariando comparações com Coldplay, viram aí uma oportunidade de mudar drasticamente a rota, tornando o som ainda mais comercial, ressaltando a figura do frontman de 1 metro e 90 de músculos – consequentemente atraindo o “pink money” e criando um gênero a que eu chamo de “pop messiânico”.
Sorte desses caras de Las Vegas que os compadres do Coldplay resolveram dissolver a própria banda em um tanque de clichês. Pois agora o Imagine Dragons reina sozinho no gênero, lotando estádios até na conservadora BH e abrindo datas extras no Morumbis.
O mérito para esse sucesso de público que não necessariamente se reflete na crítica (já que as canções são esquemáticas quando não insossas): a manipulação dos elementos citados acima, com o acréscimo de um pop despretensioso, por vezes descartável como uma embalagem de Big Mac. Ou seja, atraente na embalagem, mais do mesmo no conteúdo. Mas na era dos Reels, quem é que quer saber de conteúdo de verdade?
Dan Reynolds que, assim como Chris Martin, é o cartão de visita e único rosto conhecido da banda, aprendeu com os melhores. Enquanto se estrebucha no chão e no ar com seu abdome sarado, incorpora Freddie Mercury nos trejeitos e Bono nos discursos motivacionais. Contudo, diferente do irlandês, a política é propositalmente ignorada na temática.
No fim das contas, o que valem são os hits – e eles, acreditem se quiser, compõem boa parte dos 90 minutos de show.
Composições que seguem a mesma fórmula, com refrões que brincam com a linguagem numa espécie de trava-língua bastante apreciado pelas crianças (ao lado do segmento lgbtqi +, também afeitas ao som “divertido” que a banda proporciona).
Dentro de toda essa miscelânea de pop messiânico – que também incorpora rock e até country – resta saber uma coisa: a banda de Dan vai se conformar em serem mestres do entretenimento massivo ou vão buscar algo mais substancialmente artístico em meio a tanta pirotecnia e peitorais malhados?
Ah sim, a abertura foi da Lagum e esse registro já é o suficiente para o som genérico que fazem.
E você, foi ou vai a algum show do Imagine Dragons na tour Loom? Conta pra nós nos comentários!
