Deliver me from Nowhere e a dor de ser Bruce Springsteen
Ainda muito emocionado com a versão em filme para a obra “Deliver me from Nowhere” que retrata um período peculiar da vida e carreira de #brucespringsteen : a produção intencionalmente artesanal do seu álbum mais pessoal e minimalista, “Nebraska” (que por sinal ganhou um deluxe de outtakes, demos e lives recentemente).
Para os entendidos, o filme funciona como um portentoso episódio da série “Classic albums” onde a confecção do disco é revisitada em minúcias, com uma abundância de informações raramente vistas em cinebiografias de estrelas da música.
Para quem sabe menos que isso, há o drama familiar de Bruce em flashback, com um Jeremy Allen que, graças à iluminação e fotografia, torna-se idêntico a Bruce em determinadas cenas. Assim como Bono, Bruce padece de um relacionamento conturbado com seu pai, Douglas, levando a uma das cenas mais emocionantes do filme nos minutos finais (quem viu sabe exatamente de qual estou falando).

O Boss, na verdade, não tem grandes mistérios a oferecer ao espectador. Não é um Kurt Cobain e está longe de um John Lennon. O que Bruce tem e que o diferencia como artista é justamente sua fé. E por isso a causa da saúde mental toma vulto neste filme, pois mesmo no topo dos charts, Bruce se viu perdido e disposto a arriscar tudo em nome de um projeto nada convencional para o mercado fonográfico.
Sorte dele, e nossa, que nunca perdemos a fé em seu talento. E seu trabalho sempre falou por si próprio, ou como vocês explicam um disco gravado dentro de um quarto sem qualquer produção e divulgação ter chegado ao top 3 das paradas no início dos anos 80?
“Deliver me from nowhere”, assim como cada disco do Boss, já tem seu espaço demarcado na história e não será surpresa alguma se também tiver indicações ao Oscar no quesito atuações.
A conferir!
