The 1975 no melhor de si

The 1975 no melhor de si

Ainda estamos no início do ano e já tenho certeza que a banda The 1975 estará entre os artistas que mais ouvi em 2023. Cedo demais para prever tal afirmação? Talvez. Mas mesmo já acompanhando o trabalho de Matty Healy, Ross MacDonald, Adam Hann e George Daniel há algum tempo, nesta última semana fiquei ainda mais imersa e próxima de suas composições. Uma forma bonita de dizer que estou completamente viciada. E de vícios eles entendem muito bem.

Bandas inglesas costumam me atrair facilmente e com The 1975 não foi diferente. Formada em Manchester no ano de 2002, quando eram apenas colegas de escola, o grupo desde os primórdios chamou a atenção do público pelo seu som diferenciado que já foi do rock oitentista ao indie, ao pop e à música eletrônica e alternativa. Eu diria que o ecletismo lhes cai muito bem, visto que suas bases experimentais são como uma fórmula especial e vem rendendo sucesso até os dias de hoje. 

Performance de “Robbers”, uma das faixas do primeiro álbum da banda, escrita por Matty Healy quando tinha apenas 19 anos e quando já assumia um som diferenciado e intenso com o The 1975.

Com cinco álbuns de estúdio, que além de passarem por diferentes estilos musicais ao longo dos lançamentos, combinam a criativa sonoridade com letras que abordam temas pertinentes como relacionamentos amorosos, desilusões, conexões, conflitos da natureza humana, adversidades, vícios, sociedade e modernidade. Todos recebendo boas avaliações críticas da mídia e levando o nome da banda para o topo das paradas, principalmente no Reino Unido.

A discografia do quarteto é extensa, mas já aproveitei a minha overdose de The 1975 para fazer a seleção das músicas de cada álbum que se tornaram as minhas favoritas e que não podem passar em branco:

The 1975 (2013) – Robbers / Chocolate / fallingforyou / The City / Sex

I Like It When You Sleep, For You Are So Beautiful Yet So Unaware Of It (2016) – Somebody Else / The Sound / She’s American / Paris / A Change Of Heart 

A Brief Inquiry Into Online Relationships (2018) – Love It If We Made It / It’s Not Living (If It’s Not With You) / Be My Mistake / Sincerity Is Scary / I Always Wanna Die (Sometimes) / TOOTIMETOOTIMETOOTIME

Notes On A Conditional Form (2020) – If You Are Too Shy (Let Me Know) / Me & You Together Song / Guys

Being Funny In A Foreign Language (2022) – About You / I´m In Love With You / Oh Caroline / Happiness / When We Are Together 

As músicas altamente bem produzidas, quando somadas à performances ao vivo, entregam conceitos de primeira categoria e interações marcantes com os fãs que são sempre presenteados com a execução instrumental impecável e, é claro, com a maestria vocal de Matty Healy que é um performista nato.

Healy também é dono de uma personalidade extremamente forte e chegou a se envolver em diversas polêmicas por com suas falas sobre política e críticas sociais, e também por expor abertamente a sua relação com drogas e álcool. Além disso, os comportamentos inusitados até demais em suas apresentações, fazem de Matty um artista admirado por muitos e criticado por vários ao mesmo tempo. A lista de situações controversas é grande, mas o objetivo é exaltar a genialidade e talento que tanto Healy quanto os demais integrantes têm de sobra.

AT THEIR VERY BEST

Para a divulgação do seu último álbum lançado, Being Funny In A Foreign Language, The 1975 está literalmente mostrando o melhor de si na turnê “At Their Very Best”. Iniciados em dezembro de 2022, os shows são compostos primordialmente por elementos simples e reforçam o conceito de que em muitos casos menos é mais. O cenário do palco remete a cômodos de uma casa dos anos 90, algo bem intimista para apresentar aos fãs o que a banda tem de melhor.

The 1975 At Their Very Best já é um grande sucesso mundo afora e é mais um trabalho do grupo que certamente os impulsiona ao ponto alto de sua carreira. Com passagens pela Europa, Ásia, América do Norte e América do Sul (inclusive recentemente pelo Lollapalooza Brasil 2023), o quarteto segue evidenciando o seu talento a cada apresentação, e faz com que o público siga no vício de suas canções e mais pessoas se juntem a esfera de fãs declarados. Afinal de contas, não se deixar levar pelo som fluido e não se identificar com a sensibilidade das letras do 1975 é quase impossível.

Ana Luiza Pereira

Ana Luiza Pereira

Jornalista em formação pela PUC Minas. Apaixonada pelo universo dos esportes e da cultura pop, mas que também adora um bom rock n’ roll. Trabalha principalmente com o futebol, mas nas horas vagas adora se jogar e se aventurar no mundo da música, dos filmes, livros e séries de TV.