[PREMIERE] Ancestral Diva: “Estamos vivendo tempos macabros e sombrios”

[PREMIERE] Ancestral Diva: “Estamos vivendo tempos macabros e sombrios”

O rock está morto. Ainda bem! Com uma dose de ironia e outra de pânico, os mineiros do Ancestral Diva trazem da tumba um som altamente contagiante, remetendo a clássicos do Doom Metal, como Black Sabbath, o stoner poderoso do que um dia foi o Queens of Stone Age e, claro, o rock dançante do Arctic Monkey em seus primórdios. Para o vocalista Fábio “Babo” Gruppi, que já transitou por renomadas bandas psicodélicas do underground como a magnânima The Spacetime Ripples, a expectativa, dessa vez, é levar os roqueiros para a pista de dança. “Esperamos que as pessoas gostem e queiram compartilhar com os amigos, colocar a música pra dançar em casa“, afirma Gruppi.

Passo a passo para dançar no Inferno

Primeira música de trabalho a ser lançada pela banda, “Dançando no Inferno“, como antecipou Gruppi, foi literalmente feita pra dançar, como há muito não se via – ou ouvia – na cena underground mineira. De acordo com a banda, o single é um diálogo entre dois personagens que mostram suas dúvidas e suas descobertas na busca por aceitação dos outros e de si próprio. “Dançando no Inferno” é como se festejássemos o fim, um olhar de esperança para um recomeço”. E haja diversão nesse apocalipse sonoro!   

ancestral diva
Vai um pacto com o Ancestral Diva aí?

Os 4 Ancestrais da Diva e o coletivo Última Gota

Ancestral Diva é a energia incorporada em seus quatro integrantes, todos advindos de outras bandas da cena alternativa de Belo Horizonte. Babo Gruppi (vocais), Saulo Ferrari (bateria) e Luce Lee (baixos e synth) também fizeram parte das bandas Tempo Plástico e The Spacetime Ripples. Além disso, Zé Mario Pedrosa, o virtuoso guitarrista da banda, também molda o som porrada da Green Morton. E o mais legal de tudo isso é que essa galera resolveu se juntar em um coletivo promissor de nome “Última Gota”, que também é um selo.

Última Gota: um dos coletivos mineiros mais promissores desde a “Geração Perdida”

O Ultima gota surgiu da união das bandas Ancestral Diva, Green Morton (da qual eu também faço parte), Lee And James (da qual Luce também faz parte), Low Mantra (da qual Luce e Saulo fazem parte) e SadBoots. É o resultado de nossas amizades e da divisão do mesmo espaço criativo que é o Tortuga Rock Studio. O objetivo é o fortalecimento dos nossos trabalhos com divulgações, competências singulares dos integrantes, equipamentos, gravações, filmagens, troca de ideias e conspiração coletiva. Futuramente esperamos conseguir promover eventos, shows, festivais, dentre outros formatos que contribuam também com a cena musical e artística de BH.

Zé Mário – Green Morton e Ancestral Diva

Zé Mário: elo criativo entre Green Morton e Ancestral Diva

Enterrado vivo

Com lançamento previsto para os primeiros meses de 2021, o álbum de 9 faixas e emblematicamente intitulado “Enterrado Vivo” já foi gravado durante a pandemia da COVID-19, sem hora para acabar. “As canções dialogam de forma espontânea com o momento presente e nos vimos forçados a readequar o planejamento de gravação e lançamento para que as músicas se tornem um registro desse tempo que estamos vivendo. Por isso a sentimos a urgência de lançar essas músicas o quanto antes“.

Entrevista com Babo Gruppi: “o trabalho é mais divertido que macabro”

RC: Gruppi, por que tantos temas macabros no trabalho do Ancestral Diva? 

BG: Estamos vivendo tempos macabros e sombrios, e os temas abordados são sobre nossa realidade. Mas o tom que queremos abordar é justamente de superação disso tudo, estamos falando de vida. “Dançando no Inferno” é sobre libertação e empoderamento, mesmo no inferno a gente dança na cara de gente preconceituosa, mesmo com tantas adversidades. O nome do álbum que vem aí no inicio de 2021 é “Enterrado Vivo” também como uma simbologia de resistências. Como uma árvore milenar enterrada no chão resiste através dos tempos para estar viva. Como a luta diária das gays, dos negros, dos indígenas que resistem para viver e manter sua cultura viva. No fim das contas, o trabalho é mais divertido que macabro.

RC: A produção do single já deixa antever que o disco será requintado, com letras bem elaboradas e várias camadas sonoras. Qual a expectativa de vocês para a recepção do público desse trabalho?

BG: A gente também está bem ansioso pra saber qual será a reação das pessoas ao ouvirem o som. Gravamos tudo no Tortuga Studio, que já é o local onde ensaiamos e onde compusemos as músicas. A proposta da Ancestral Diva é um pouco diferente dos outros trabalhos que fizemos antes com outras bandas. Então, também estamos na expectativa de como esse som vai chegar pras pessoas. Sem a possibilidade de fazer shows, nosso contato com o público se restringe às redes sociais, por isso apostamos no lançamento do clipe em nosso canal do youtube. Pra todo mundo poder ver, ouvir e liberar o corpo pra dançar.

Confira a premiere do single “Dançando no Inferno”:

ancestral diva

Ficha Técnica:

  • Vocal: Babo Gruppi
  • Guitarra: Zé Mário Souza
  • Baixo, Piano e Synths: Luce Lee
  • Bateria e Percussão: Saulo Ferrari
  • Produção e Mixagem: Vitor Lopes
  • Masterização: Fred Chamone
  • Participação Especial: Ricardo Righi

Confira o teaser do vídeo “Dançando no Inferno” do Ancestral Diva:

E aí, curtiu a novidade do Ancestral Diva? Deixe nos comentários todas as suas impressões sobre esse trabalho!

Marcos Tadeu

Marcos Tadeu

Jornalista, idealizador e apresentador do Rock Cabeça na 100,9 FM, Rádio Inconfidência FM (MG) desde 2016. Acima de tudo, um fã de rock gringo.