Moda e Música com Isa Menta: AI é legal?

Moda e Música com Isa Menta: AI é legal?

Oi, gente! Mais um Moda e Música começando, Isa Menta aqui reunindo histórias, curiosidades e indicações dos dois universos no Esse Tal de Rock and Roll e como esse quadro não vive somente de moda relacionada ao vestir, mas também dos modismos que vêm surgindo por aí, a coluna de hoje vai falar sobre o tema mais comentado dos últimos dias para quem é amante de tecnologia: o chat GPT.

Sendo uma abreviação para “Generative Pre-Trained Transformer”, o chat GPT é uma ferramenta desenvolvida por inteligência artificial que se apoia em modelos de linguagens baseados em aprendizagem profunda. Em outras palavras, é um gerador de diálogos virtuais criados através de uma série de textos e conteúdos disponíveis na internet. A promessa da plataforma é fazer com que a experiência do usuário em relação às respostas procuradas por ele seja melhorada, de forma que entregue uma automatização maior do que outros assistentes virtuais, como a Alexa, por exemplo. 

Criado pela OpenAI (laboratório americano de pesquisa) e tendo Elon Musk como um de seus fundadores, o chat GPT utiliza de uma ferramenta chamada Transformer, que capta padrões baseados em rede neural. A principal diferença para os chats convencionais é o fato de que o GPT consegue responder a perguntas muito mais complexas e com maior volume de informações, sendo uma tecnologia mais completa, dinâmica e flexível. Nos padrões convencionais, as questões normalmente só são respondidas corretamente a partir de outras que já estão programadas, portanto, seguem caminhos determinados. No chat GPT, não.

Elon Musk, CEO of US automotive and energy storage company Tesla, presents his outlook on climate change at the Paris-Sorbonne University in Paris on December 2, 2015. / AFP / ERIC PIERMONT (Photo credit should read ERIC PIERMONT/AFP/Getty Images)

Outro ponto interessante de comentar, é que a ferramenta opera de forma colaborativa, então o usuário consegue corrigir informações fornecidas na plataforma. Dentre suas utilizações, é possível não só estabelecer uma conversa com a máquina, mas também pedir informações, escrever letras de músicas e poemas, perguntar sobre conceitos, etc. 

Embora estejamos diante de uma tecnologia inovadora e que atingiu o maior sucesso da história em relação a rapidez de seu crescimento (mais de 100 milhões de usuários em menos de 2 meses), o chat GPT ainda é pauta de diversas discussões, principalmente sobre ética e suas aplicações. 

Ao mesmo tempo em que consegue gerar conteúdos coerentes, a inteligência artificial tem o poder de transformar códigos gerados por máquinas em materiais que soam muito humanos, o que pode ser perigoso, dependendo do que estamos falando. Alguns meses atrás, uma foto do papa usando um casaco puffer super estiloso no lugar da batina viralizou e confundiu a cabeça de muita gente. Enquanto uns criticaram a estética, principalmente os fiéis, outros adoraram a versão fashion do papa e chegaram até a criar memes no Twitter. 

Por outro lado, a ferramenta pode ser prejudicial em se tratando da possibilidade de geração de informações incorretas ou tendenciosas. Para muitos, o chat GPT e outras vertentes da inteligência artificial são ameaças. Basta observar a quantidade de demissões feitas pelas empresas para trocar funcionários pela IA nos últimos tempos. Profissões que dependem da produção de textos, como o jornalismo, por exemplo, podem ser amplamente afetadas, ao mesmo tempo em que a ideia do programa diz não ser substituir a ação e escrita humana. 

No campo da educação, o chat GPT tem se mostrado outro problema, já que em muitas escolas e universidades a ferramenta passou a ser utilizada pelos estudantes como uma forma de encontrar respostas prontas para suas tarefas acadêmicas. Em Nova York, com um mês de estreia, o governo decidiu proibir a plataforma na rede pública americana. Outras questões, como o futuro da própria criatividade humana e das produções de conteúdo também foram levantadas. 

Na música, a inteligência artificial também se faz presente e apresenta vantagens e desvantagens. As plataformas de streaming, como o Spotify, já utilizam dessa tecnologia mesmo que “silenciosamente embutidas” na experiência, através de recomendações de artistas e canções e da criação de playlists baseadas no gosto do usuário. Em 2016, a Sony criou uma música no estilo dos Beatles com a inteligência artificial e adicionou um toque humano com o compositor francês Benoit Carré. Algum tempo depois, a mesma empresa responsável por criar o chat GPT desenvolveu o projeto Jukebox, que tem se mostrado bastante promissor na construção de amostras musicais feitas do zero. Além disso, o processo de masterização também tem encontrado resultados positivos, já que se torna mais barato e rápido. 

Duas semanas atrás, outro feito da IA: um novo álbum da banda britânica Oasis foi produzido e lançado inteiramente através da tecnologia. Não é preciso ir muito longe para dizer que a atitude trouxe controvérsias. Ao mesmo tempo em que a reprodução foi tão boa, que alcançou mais de 40 mil views em uma semana, outras colaborações levantaram a questão dos direitos autorais, principalmente no feat inexistente gerado entre Drake e The Weeknd. Novamente, a inteligência artificial vista como uma ameaça na indústria, embora traga experiências diferenciadas para o ouvinte. 

Já existem estudos, inclusive, que apontam a influência dessas ferramentas nos períodos eleitorais, já que estas podem trazer impactos positivos às campanhas, mas também negativos no combate à desinformação e fake news. Observações realizadas nas últimas eleições ao redor do mundo apontaram para o aumento do uso de perfis automatizados (bots) com o objetivo de influenciar o voto dos eleitores, assim como levantar discussões virtuais, debates e movimentos de apoio a determinados candidatos, sempre simulando o comportamento humano. Embora seja difícil fugir disso em ambientes online, especialistas dizem ser importante conhecer o funcionamento desse sistema, para que assim, possamos reconhecê-los. 

E você, o que acha do chat GPT e dessas novas ferramentas que vêm surgindo? Trazem mais vantagens ou desvantagens? Me conta lá no instagram @isaamenta, eu sou a Isa Menta e esse foi mais um Moda e Música (bem tecnológico dessa vez), reunindo histórias, indicações e curiosidades dos dois universos aqui no Esse Tal de Rock and Roll. Obrigada e até a próxima!

Ouça novamente a coluna Moda e Música que foi ao ar no dia 06/05:

Isabella Menta

Isabella Menta

Isabella Menta (ou só Isa) é mineira, designer de moda e bacharel em ciências humanas, atualmente cursando ciências sociais na UFJF. Apaixonada por moda desde cedo, decidiu unir dois universos até então distintos (mas que se complementam) através do quadro Moda e Música, trazendo histórias, curiosidades e indicações.