A Câmera de Matheus Fleming

A Câmera de Matheus Fleming

Grandes bandas são feitas principalmente de grandes integrantes. Isso, o Câmera já deixou mais do que comprovado, consolidando-se como um dos artistas mais representativos da geração de músicos mineiros influenciada por estilos como shoegaze, post-rock e alt-country.

Depois de André (Tweedy) Travassos (M O O N S) e Bruno (Moore) Faleiro (SCI-FI), agora é a vez de Matheus Fleming lançar o seu primeiro solo: “O Estado das Coisas”, pelo selo Quente, que tantos nomes de relevo tem trazido para a cena.

Câmera

Justamente por fazer parte do Câmera, Fleming admite ter sentido uma ligeira “pressão” para lançar o seu próprio trabalho, constituído de sobras de guitarra guardadas durante sessões ou simplesmente advindas da inspiração do mineiro.

No entanto, O Estado das Coisas não soa em nenhum momento inacabado ou insosso: ao abrir mão dos vocais, Fleming enaltece camadas entrepostas de riffs que poderiam muito bem estar em algum solo do Câmera, constituindo faixas que, de tão artesanais, tornam-se difíceis de serem executadas ao vivo.

Faixas como “Acorde”, com guitarras introspectivas que em certo momento despertam como um grito de dor, poderiam tranquilamente figurar entre alguma trilha sonora de Wim Wenders (O Estado das Coisas é também um filme do alemão) ou mesmo David Lynch.

https://www.youtube.com/watch?v=B8SWToGfHk0

Acima de tudo, quando dissecamos os elementos que constituem o Câmera a partir dos belos trabalhos de Travassos, Faleiro e Fleming, é que percebemos o quanto a soma das partes é fundamental para o todo, e como o todo se encontra em cada uma das partes.

Confira a entrevista de Matheus Fleming para o quadro Rock Cabeça:

E então, gostou do trabalho do Matheus Fleming? Conta pra nós.

Marcos Tadeu

Marcos Tadeu

Jornalista, idealizador e apresentador do Rock Cabeça na 100,9 FM, Rádio Inconfidência FM (MG) desde 2016. Acima de tudo, um fã de rock gringo.