Trombone e a essência do jazz
Ele é um instrumento de bocal de grande porte, que tem um som bastante grave – hora “alegre”, hora melancólico – e num primeiro momento pode até assustar durante um solo, tamanha a imponência da música que produz. Mas não é só isso. O trombone é um dos instrumentos mais importantes para a harmonia de uma orquestra, é essencial no jazz (hoje temos aí o conceituado Trombone Shorty) e até na Música Popular Brasileira. Quer saber como o trombone surgiu e ganhou popularidade? A gente te conta!
Origem histórica do trombone
O trombone é um instrumento de bocal metálico cuja origem – estima-se – remonta ao século XV, provavelmente em Florença, na Itália. Na época, era muito utilizado em missas e festivais de música ao ar livre. Com a sua sofisticação e diversificação de tons e composição das varas, passou também a ser empregado na música clássica, símbolo da cultura da elite europeia nos séculos que se seguiram.
Instrumento de bocal fundamental para a música erudita
Uma das mais significativas peças com uso de trombone é a 5º Sinfonia de Beethoven. A melodia, que é conhecida mesmo por quem não é amante da música clássica, utiliza três trombones: alto, tenor e baixo. Mozart, Bach e Haendel também utilizaram o instrumento algumas vezes antes do compositor alemão. Aliás, foi graças à Beethoven e a sua mais popular obra que o trombone passou a fazer parte definitivamente das orquestras. Até o brasileiro Heitor Villa-Lobos chegou a utilizá-lo em suas peças.
Evolução do trombone
Com o tempo, a música foi se popularizando e o trombone também. Um dos estilos que mais o abraçou foi o jazz. Nascido entre a população negra dos Estados Unidos do início do século XX, época de segregação racial, o jazz por vezes chorava as dores dos corações partidos e os amores impossíveis. Por outras, simplesmente celebrava a vida. O trombone é protagonista dessas histórias e característica indelével da mais pura forma de arte norte-americana.
O trombone no Brasil
Mas, não é só lá fora que o trombone é utilizado. As músicas do maestro Tom Jobim, um dos maiores nomes da MPB, são frequentemente executadas com o auxílio do instrumento. Entre as mais bonitas, estão “Lígia”, “Dindi” e “Luiza”. Até o samba arrisca a utilização do trombone. Elza Soares, por exemplo, tinha o vozeirão comumente realçado pelos baixos do instrumento.
Trombone de vara
Não poderíamos deixar de citar o trombone de vara, bem popular no Brasil e bastante utilizado em cerimônias de igrejas. A vara, na verdade, trata-se de uma válvula móvel que, ao ser deslizada, altera o tamanho do tudo, o que possibilita a mudança de nota e contribui para deixar o timbre do instrumento o mais homogêneo possível.
E aprender a tocar trombone… É fácil?
Por não ser um instrumento tão popular, muita gente pensa que aprender a tocar trombone é difícil. Na verdade, essa classificação, claro, depende do aluno. Uma vantagem é que o trombone, mesmo sendo um instrumento de sopro de grande porte, não exige tanto esforço do diafragma, como o trompete, por exemplo. No entanto, o trombonista precisa de bastante presteza na hora de fazer um acorde. É preciso acertar o local exato onde posicionar a vara. Tem que tomar o cuidado de travá-la, senão ela pode cair no meio da apresentação. Mas, nada que um bom treino não resolva!
Bem tocado, o trombone, assim como qualquer instrumento de bocal, gera melodias maravilhosas e emocionantes. Pode ser facilmente adaptável a diversos estilos musicais e engrandece as vozes fortes e limpas dos cantores a quem acompanham.
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