Bastille e Foster the People: muito perfume e pouco carisma

Bastille e Foster the People: muito perfume e pouco carisma

Não sei. Talvez a culpa tenha sido dos 3 latões que fui obrigado a tomar na imensa fila empacada que contornava a Contorno. Ou do choque que levei ao me dar conta de que o chopp, dentro do Chevrolet Hall, saia a R$10,00. Fato é que, bebericando o líquido sagrado com bastante calma – pois talvez ele contivesse a cura do câncer, vai saber – não achei graça nenhuma dessa amostra grátis do Lollapalooza na capital mineira.

 

 

 

É verdade. Chopp a R$10,00

O vendedor até que tentou enfatizar: é dez real, mas é de 350 ml, não 300 …

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Mas ok, vamos lá. Com boa vontade até que deu para aproveitar ambos os shows. Mesmo o Bastille tendo começado o show britanicamente às 21:30, o que fez com que metade do público, inclusive eu, perdesse a metade do set list.

Com sua camiseta de “Ghostbusters“, o vocalista Dan Smith é uma referência ambulante à cultura pop dos anos 80 e 90. A cover de “Rhythm of the night” empolgou mais que todas as músicas do Bastille reunidas. Smith até que tentou criar uma empatia com o público, chegando a circular com seu capuz em meio à apresentação por um Chevrolet Hall relativamente vazio, o que me pareceu um tanto quanto esquemático.

No meio do público, alguém resumiu bem o significado daquela noite: “Adoro bandas perfumadas”.   

O ápice do Bastille no Chevrolet Hall só aconteceu mesmo com a execução do ONE HIT WONDER “Pompeii”, com seu coro em estilo vozes africanas….Esforçado, Smith se despediu repetindo que todos aproveitassem o show… do Foster the People.

 

Confira um trechinho do hit “Pompeii” em BH

Não reconheceria os caras do Foster the People nem se esbarrasse com eles no meio da rua. Pensava que eu precisava me atualizar quanto ao recente cenário indie pop, mas, assistindo ao show do Foster the People percebi que era mais uma questão de falta de carisma do vocalista e da banda.

Tudo bem, o instrumental, tanto do Bastille quanto do Foster the People é de tirar o chapéu. Logo na primeira música nos damos conta de que estamos, sim, diante de músicos profissionais. Mas é só. “Coming of Age”, o único hit do fraco segundo álbum aplacou a ansiedade dos fãs que só estavam ali para ouvir “Pumped up kicks”. Se resistiram até o fim do set list para ouvi-la, não sei.

Tive que ir embora repentinamente porque o chopp de 10 real, quem diria, não me caiu bem.

 

Confira a abertura do show do Foster the People em BH

E você, curtiu os shows do Bastille e Foster the People? Irá vê-los no Lolla? Conta pra nós das suas expectativas através dos comentários.

Marcos Tadeu

Marcos Tadeu

Jornalista, idealizador e apresentador do Rock Cabeça na 100,9 FM, Rádio Inconfidência FM (MG) desde 2016. Acima de tudo, um fã de rock gringo.