Elizia: eternamente jovens [atualizado]

Quando o quadro Rock Cabeça, que nem tinha esse nome, foi criado para figurar entre a programação musical do da reedição do programa Rock Brasil da Rádio Inconfidência em idos 2016, a intenção era dialogar com o público jovem, até então meio alijado da programação majoritariamente voltada para MPB e seus derivados.

Ao longo de todos esses meses e muito mais de 100 artistas entrevistados, a missão foi e é cumprida todos os sábados, e com louvor, conforme atesta uma das mais vigorosas descobertas dos últimos tempos: os simpáticos mineiros da banda Elizia, que já contabiliza 3 anos de estrada, 4 vídeos e 2 ep’s (com um novo no forno).

Brincalhões e, acima de tudo, intensos, a banda traz no olhar a confiança própria dos muito jovens de que, sim, estão lidando com aquilo que amam: rock and roll. Com um enorme cardápio de influências que vão desde Paramore a Cassia Eller, Elizia não se rende ao rock fácil. Investe em letras emotivas e um visual impactante.

Pequena na estatura, mas com uma presença assombrosa, Ana Sarmento é literalmente a cara da banda, enquanto Rodrigo Nueva (vulgo “Batata”) corresponde à alma da Elizia. A primeira é imponentemente alegre, resvalando sensualidade. Rodrigo é reflexivo, natural e falador. Uma dupla com química suficiente para levantar arenas de quaisquer lugar desse país.

Ao batera André Figueiredo e baixista Gustavo Silva, não menos importantes, resta a missão de colocar nos trilhos essa intensa locomotiva rumo ao mais inevitável sucesso, o qual, espero, não transtorne a cabeça desses jovens. E como é bom ser eternamente jovem. Como é bom ser Elizia.